terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Aventuras no exterior - Parte II (final)

E é aqui que eu continuo minhas aventuras no exterior. Deixei passar uma semana porque eu estava com preguiça de escrever o resto era pra dar tempo de todo mundo ler, mas se você ainda não teve a oportunidade de ler a primeira parte, clique aqui! E saia daqui se você ainda não tiver lido.

WARNING!!! ATENÇÃO!!! SE VOCÊ AINDA NÃO LEU A PRIMEIRA PARTE DAS AVENTURAS NO EXTERIOR, O TEXTO ABAIXO PODE CONTER SPOILERS!!!

Previously on Vagal Boy...

Depois de quase um ano após conseguir o passaporte, Tayson descobriu que iria pra Miami com a esposa e os filhos do sócio de seu pai. Depois de 5 horas de vôo, ele finalmente está em solo americano. Mas o pior ainda estava por vir. Tayson passou por uma entrevista que mexeu com seu psicológico, mas, no final, correu tudo bem e ele foi admitido no Estados Unidos após uma revista básica na mala. Depois de pegar o carro errado e consertar o erro, Tayson e os outros finalmente partem para a cidade de Miami...

Teste Drive

Logo depois que saímos da locadora de carro, entramos num freeway em direção ao hotel. É claro que ninguém conhecia Miami suficientemente bem pra saber os caminhos a percorrer, mas para isso usávamos um GPS. Funcionava perfeitamente bem, era só digitar ou pesquisar o endereço que o aparelho nos guiava perfeitamente. 

Eu dirigia e um dos rapazes ficava no banco do passageiro como co-piloto. Ele era meu navegador e me apontava as direções. Era engraçado pois o GPS tinha voz de mulher e, de vez em quando, alguém se referia ao GPS como "ela". Até colocamos um apelido no GPS, era Maria. No mais, nunca nos perdemos e usávamos o GPS até pra ir no Burger King que ficava do outro lado da rua.

Uma vez eu tive que dirigir sozinho, sem ninguém pra me guiar, só eu e a Maria. Nada muito difícil, eu acho até que fica melhor fazer tudo sozinho do que ter alguém me guiando.

O trânsito de lá não é muito diferente do daqui. Tinha algumas peculiaridades, mas logo me acostumei. Uma grande diferença é que lá os pedestres são muito respeitados, eles que mandam. Literalmente. Se um pedestre pelo menos olhar pra faixa de pedestre, todos os carros param, e não importa se o sinal está vermelho ou verde, tem que parar! Uma vez uma pedestre ainda disse "Hold on" pra mim. Aqui no Brasil, se um pedestre pisar em um faixa onde não houver semáforo, ele já sabe que será atropelado. Mas eu paro. Eu juro. 

So far, so good

Chegamos no hotel somente pra fazer o check-in na recepção e jogar as malas pra dentro. Saímos logo em seguida para comer. O primeiro restaurante que visitei em Miami foi um tal de Flanigan's (SEAFOOD BAR AND GRILL). Na verdade, eu nem gravei direito o nome dos restaurantes que fui, mas o meu irmão tem um copo de lá e eu fui no quarto dele olhar. 


Eu já estava acostumado com o pessoal da imigração falando calmamente comigo, mas aí veio o garçom do Flanigan's falando inglês rapidão! Era tipo assim, os policias que eu havia conversado antes falavam na velocidade dois do créu, enquanto o garçom lá falava na velocidade quatro, enquanto eu acompanhava só até a velocidade três! Hahaha.

Mas foi de boa lá, pedi um frango meio que empanado com batata frita. A maioria dos restaurantes que fui tinha refill de refrigerante. Algo que eu apelidei carinhosamente de REFRIGERANTE INFINITO. O engraçado desse restaurante era que de vez em quando  o garçom chegava pra gente e falava: "Hey, guys, so far, so good?". Algo que traduzi na minha mente como "Tudo bem até agora?".  

Outro restaurante que fui e lembro o nome foi um tal de Romano's Macaroni Grill, mais conhecido como Macaroni. Foi muito divertido lá também, cantei na mesa e rimos pra caramba.

Welcome to the hotel California

Depois de ter visitado o primeiro restaurante da viagem, fomos pro hotel dormir. Mas quando cheguei no hotel tive uma pequena surpresa. Éramos quatro pessoas, um dos rapazes ficou em um quarto com a mãe deles, e eu fiquei em outro quarto com o outro garoto. Antes de sairmos pra jantar, quem iria ficar comigo era o garoto x, mas depois eles trocaram e quem ficou comigo foi o garoto y

Beleza, eu e o garoto y entramos no quarto. Assim que cheguei perto da mesinha do quarto, notei que havia um bilhete que dizia: Mr. Retondano, your stay has been declined. Please go to the main desk.

- WTF? Que porra é essa, manolo? Séra que foi o teu irmão? Que merda será que deu? Puta que pariu, vão me deportar  pro Brasil - eu disse pro garoto y.

- Não sei, acho que não! Ele não sabe escrever nem em português direito, quanto mais em inglês. E essa palavra "declined" é muito avançada pra ele. Mas o estranho é que as reservas nem estão no teu nome.

- Liga lá pra recepção.  

Ele ligou pra recepção e estava tudo certo, ninguém sabia de nada. Então dane-se, fomos dormir. No outro dia, quando o irmão do meu companheiro de quarto chegou pra tomar banho, a gente perguntou se tinha sido ele. E não é que tinha mesmo?? Filho da... Quando chegamos pra jogar as malas pela primeira vez que entramos no hotel, ele discretamente escreveu a porra do bilhete e deixou lá na mesa, e o otário aqui caiu direitinho. Mas também, depois daquela abordagem no aeroporto, tudo poderia acontecer.

A gente sempre chegava no hotel na hora de dormir. Mas antes disso eu arrumava as coisas que eu tinha comprado na mala e ficava uma ou duas horas na internet conversando com o pessoal do Brasil. 

Era engraçado. Quase toda vez que eu ia falar com alguém daqui pelo MSN, eu dizia: "E aí, como estão as coisas aí no Brasil?", só pra tirar onda, sabe? Hehehe. Só que eu tenho uma amiga que mora na Bolívia, e eu não podia tirar esse tipo de onda com ela, afinal, ela não estava no Brasil. Mas eu não saí por baixo. Cheguei assim: "E aí, como estão as coisas aí na América do Sul?". Tirei onda. E ela vai ler isso. 

Shopping, Shopping and Shopping

Bem, como eu já falei, quem estava dirigindo era eu, mas não era eu que controlava o itinerário. Eu estava a mercê dos meus companheiros de viagem. Mas nada que eu pudesse reclamar, afinal, eu estava viajando com eles e não conhecia porra nenhuma da cidade.


Não visitamos pontos turísticos nessa viagem, não fomos em nenhuma praia ou algo do tipo. Basicamente, entramos e saímos de vários shoppings. O que não pode ser considerado uma coisa ruim, né?


Eu só lembro do nome de dois dos shoppings que eu fui, Aventura Mall e Dolphin Mall. Acho que fomos em uns quatro no total. Mas isso não significa que fomos apenas uma vez em cada um. 

Eu já saí de Manaus pensando em trazer um PS3 de Miami pra mim, e eu não voltaria pro Brasil sem ele. Então isso era a primeira coisa que eu pretendia comprar, e logo me vi dentro de uma Game Stop.

Enquanto um PS3 de 160gb custa em torno de 1000 a 1200 reais aqui no Brasil (isso nas lojas mais baratas), nos EUA eu arrastei um por 299 dólares. Menos de 600 reais! Um Nintendo Wii custa $199 pra vocês terem uma ideia. Ainda tem umas taxas escrotas, mas não aumenta muito o preço.

De jogos, eu trouxe (PS3) Batman: Arkham Asylum, God of War Collection e (Wii) Sonic Collors  pra mim. E pra presente eu trouxe (PS3) Call of Duty: Black Ops e (Wii) Donkey Kong Country Returns.

Tinha uma coisa que me deixava muito puto. Depois que eu comprei o PS3, em toda as lojas que eu entrava o alarme apitava. E quando eu saía também! Era um saco! Mesmo depois que eu deixei o PS3 no hotel, continuou apitando! Eu deixei a câmera no carro, continuava apitando quando eu entrava e saía das lojas. Então aquilo só podia ser um alarme que media o nível de melanina na pele! Quando eu entrava, apitava: Piii... Piiii... Piii... Piiii... mas traduzindo o som, devia ficar: NEGRO... NEGRO... NEGRO... NEGRO... Unica explicação pra aquela porra apitar, mano.

Pronto, comprei meu PS3 no primeiro dia. Agora eu já podia voltar pro Brasil. Não queria mais ficar lá, queria voltar pra casa pra jogar video game. Tá bom, eu não sou tão viciado assim, claro que eu não queria voltar pro Brasil ainda.  

Comprei roupas, afinal, minha mala foi seca e eu só tinha levado a calça que eu estava vestindo! Comprei alguns presentes pra minha família também. 

Sounds like a plan

Eu e um dos rapazes entramos em uma livraria. Mas eu não entrei pra comprar livros, entrei em busca de quadrinhos. Meu sonho era ter um quadrinho americano também! Eu queria mesmo era ter ido em um comic shop, mas não passei por nenhum. 

Achei a seção de quadrinhos e fiquei um tempão procurando um bom encadernado. Eu queria uma história com começo, meio e fim. Então aproveitei pra comprar Kick-Ass e Batman - The Killing Joke. Comprei também um encadernado do Lanterna Verde pra dar de presente e meu amigo comprou uns quatro volumes de The Walking Dead (que ele vai me emprestar depois).

O engraçado foi quando fomos no caixa pra pagar. Quando a mulher viu as revistas de The Walking Dead, ela ficou louca!! Começou a falar que nem uma metralhadora em créu velocidade 5!!!

- Nossa, vocês estão assistindo a série? Esse quadrinho tá vendendo que nem água depois dessa série. Eu comecei a assistir também, nem dava muita coisa pela série, mas é muito boa, muito bem feita. Eu dei uma folheada nos quadrinhos e vi que a série é muito fiel, muito bem feita mesmo. E naquele episódio que o cara estava lá dentro do tanque e o outro cara começou a falar com ele... blablablasoundslikeaplanblablabla...

Ela começou a narrar uns episódios, ainda bem que eu já tinha assistido esse que ela narrou. Ficava falando toda hora "sounds like a plan". Mas ela era uma pessoa legal.

Gas Station VS Serial Killer

Eu pensei que aquela putaria de você ter que abastecer o próprio carro só acontecia nos filmes e nos seriados. Mas acontece de verdade mesmo! Eu e o garoto x fomos designados a abastecer o carro pra depois devolver à locadora. A merda é que estava tendo um jogo de basquete lá perto, aí os caminhos estavam bloqueados. Não encontrávamos nenhum posto de gasolina! Começamos a avançar em uma estrada e nada do posto aparecer. A gasolina estava quase acabando quando finalmente avistamos um posto.

O meu amigo não estava conseguindo passar o cartão direto na bomba, então fomos até a loja de conveniência do posto pra liberarem a bomba. Depois que saímos do estabelecimento, avistamos um homem muito estranho, parecendo um daqueles serial killers. Já fiquei com medo e alertei o meu amigo. 

Enquanto meu amigo estava brigando pra fazer a mangueira funcionar, eu fui checar os documentos do carros pra ver se era movido à gasolina mesmo. Aí eu ouvi uma batida nervosa no vidro do carro, mas nem liguei! Continuei lendo os papéis do carro. Quando eu olho pro lado, quem estava ajudando meu amigo a fazer a bomba funcionar? O SERIAL KILLER!!! Aquela batida nervosa era o garoto tentando me avisar que ele estava vindo. Mas de boa, ele nos ajudou e foi embora. Ufa! Terminamos de abastecer o carro e seguimos em direção à locadora de carros.

No caminho, começamos a ouvir uma batida na parte de trás do carro. AIMEUDEUS, será que o serial killer estava no banco de trás? Não tinha ninguém lá. Mas a batida continuou. Toc... toc... toc.. toc... Puta que pariu, esqueci de fechar a tampa do tanque de gasolina! A gente já estava quase chegando na locadora, mas eu fechei a tampa quando paramos no sinal vermelho. Saí do carro rapidamente, fechei a tampa e voltei. Ufa.

Devolvemos o carro pra locadora e voltamos pro hotel com um taxista jamaicano. 

Time to go back

Depois de quatro dias pulando de shopping em shopping e tomando café da manhã no Burger King, era hora de voltar pro Brasil! Eu estava muito preocupado com o fato de revistarem minha mala quando eu chagasse aqui. Pra quem não sabe, é tipo um sorteio, bem como aconteceu comigo quando eu cheguei nos EUA. Não tem como revistar todo mundo, normalmente eles escolhem famílias e pessoas com muitas malas. Intercambistas são muito cotados também. Eles fazem isso pra ver o que o cara comprou para aplicarem impostos sobre os nossos produtos. O máximo que podemos comprar lá (sem imposto) é 500 dólares.

Eu não estava preocupado com as roupas que comprei, já estavam todas sem etiquetas. Meu PS3 foi $299,  junto com os jogos, dois controles de Wii e um controle de PS3, passava de $500. Fora o iPod Nano que comprei pra minha irmã. Mas eu já tinha me livrado da caixa do iPod, coloquei até umas músicas pra disfarçar, qualquer coisa eu dizia que era de uso próprio e eu vim ouvindo durante o vôo. Não declarei meu netbook na hora de viajar, mas se falassem alguma coisa eu ia deixar lá mesmo. Esse era meu plano.

Mais cinco horas de vôo e eu estava de volta ao Brasil. Depois de uma viagem internacional temos que passar por uns agentes federais antes de ir pegar a mala. Não demorou muito, o vôo veio bem vazio, era de manhã. Peguei a mala e entrei na fila da roleta russa. Tenso. 

Meu irmão recomendou que eu fizesse uma cara de pobre e agisse como se tivesse dado tudo errado na minha viagem. Então tá, né? Fiz um cara de dor e fui em direção à saída. E não é que deu certo? O cara pegou meu formulário e mandou eu seguir em frente! Não fui revistado!! Quase pulei de alegria!!! Deu tudo certo.

Game Over

Bom,  essas foram minhas aventuras no exterior. Eu resumi o máximo que pude mas o texto ainda ficou grande, mesmo tendo sido dividido em duas partes. Espero voltar um dia, dessa vez pra ir em Orlando ou algo do tipo. Mas pra uma primeira vez tá muito bom. A primeira vez é sempre mais difícil rule 34. Espero que tenham gostado e lido até aqui. 

Qualquer pergunta sobre a viagem, ficarei feliz em responder aqui nos comentários. Ah, eu quase ia esquecendo. Dedico essa segunda parte ao Rhamon, que ficou enchendo o saco todos os dias pra eu postar a segunda parte. Ele é meu fã número um. Eu ia trazer uma camisa do Sheldon dizendo BAZINGA pra ele, mas eu fiquei em dúvida se o tamanho dele era EXTRA-LARGE ou HUGE MOTHERFUCKER. Então resolvi deixar pra próxima vez. 

E isso é tudo, pessoal. 

Valeu e até a próxima postagem!!!







 

7 comentários:

  1. "Meu irmão recomendou que eu fizesse uma cara de pobre e agisse como se tivesse dado tudo errado na minha viagem. Então tá, né? Fiz um cara de dor e fui em direção à saída. E não é que deu certo? O cara pegou meu formulário e mandou eu seguir em frente! Não fui revistado!! Quase pulei de alegria!!! Deu tudo certo."

    Aposto que você nem fez muito esforço... Todo preto, tirando o pelé tem cara de pobre!!

    Da próxima vez te mando o dinheiro e você traz um ps3 pra mim também... Não paga imposto mesmo =P

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  2. hauehuae. Adorei essa segunda parte.
    Principalmente a tradução do alarme "negro, negro, negro". Se eu tivesse lá ficaria passando naquele negocio só pra quando não apitasse zoar contigo :P
    Muito boa a história, to com inveja. Quero viajar pros EUA também.
    Mas eu ainda prefiro a Europa.. :P

    beijoo

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  3. Tay!
    ;D
    Vc é dmais mesmo!
    ;**
    Muito boa essa sua aventura!
    "me rapatar?!" #medo ; #tenso
    hIUHAIUhuaihihauiHAUIHui

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  4. Nem trouxe meu Wii... =/
    Vou ter que entrar nos EUA pelo México e, se eu morrer, a culpa vai ser toda tua! hauhaua!

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